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se duvidar, ainda tenho o recorte de revista contando da história de Flora e Zéfiro, na mitologia romana. era pequenininho, de alguma revista para meninas adolescentes – que afinal era o que eu era mesmo naquele tempo – e deu conta de todo os meus sonhos de teenager num parágrafo pequeno. era escrito de forma bem direta: “Flora vivia nos campos da Itália Central quando Zéfiro deu um voo rasante e a raptou. Casaram-se, e de presente de casamento, Zéfiro, que era deus do vento, deu a Flora o império das flores”.
era assim simples, e já li mil variações dessa história. continuo acreditando nessa. eu era bem assim aos 12, 13 anos: apaixonada por mitologia, e essa era a minha história preferida (nunca deixou de ser, na verdade). nessa época, anotava palavras em grego no diário, misturadas a umas citações de Chico Buarque e Barthes, numa letra grande e desenhada, que já foi a minha.
era essa aqui, citado na página de 9 de julho de 1996:
“(…) há sempre no discurso sobre o amor uma pessoa a quem se dirige, mesmo que essa pessoa tivesse passado ao estado de fantasma ou de criatura a vir. Portanto, ninguém tem vontade de falar de amor se não for para alguém”.
era Fragmentos. e era aos 12 anos. citado bonitinho, com aspinhas e tudo.
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Assim falou Mariana 